<em>Feedback</em> ou realimentação
Situação em que o som produzido pela fonte emissora é reintroduzido no emissor como fonte de energia.
Categorias: elementar, composição
Variantes: onda estacionária
(em construção)
O exemplo mais conhecido é o do feedback em palco: quando um microfone se encontra nas proximidades ou no eixo de um altifalante, o som captado pelo microfone é amplificado pelo sistema de som e reentra no microfone, provocando um doloroso crescente sonoro. É, digamos assim, um sistema de auto-realimentação infinito que apenas termina quando o amplificador atingir o limite da sua capacidade e arder, ou quando os cones de cartão dos altifalantes se rasgarem por sobrecarga de energia, ou … quando uma alma caridosa desligar o circuito electrónico.
O feedback é um efeito de origem electroacústica, não existe por si mesmo na natureza, e por isso tende a ser automaticamente associado à presença de microfones, de um palco ou de situações semelhantes, em que entra em jogo a acção conjugada de um sistema de amplificação e de um sistema de captação de som.
A relação conceptual entre feedback e perda de informação/comunicação é evidente e como tal tem sido utilizada em muitas obras.
Onda estacionária
Ao contrário do feedback, a onda estacionária é de origem natural, ainda que possa ser simulada electroacusticamente.
Quando as ondas sonoras embatem numa superfície, ocorrem vários fenómenos:
- Uma parte da energia sonora é absorvida; o som pode extinguir-se, ser filtrado, colorido, etc., consoante as propriedades da superfície em questão e a sua capacidade de absorção.
- Se sobrou energia suficiente, a onda sonora é reflectida e continua o seu caminho, como uma bola que embate numa parede e segue em direcção simétrica à que trazia.
Se o espaço físico envolvente tiver uma disposição propícia – por exemplo, um vale entre montes –, pode acontecer que a onda sonora percorra um longo caminho e após sucessivos ricochetes nas escarpas montanhosas regresse ao ponto de origem – estamos nesse caso perante o fenómeno bem conhecido do eco.
Imaginemos, contudo, que temos um som contínuo que se reflecte em duas paredes paralelas. Nesse caso pode acontecer que os sucessivos reflexos do som incidam perpendicularmente nas paredes, percorrendo sempre o mesmo caminho – não mudam de direcção e encavalitam-se sobre eles mesmos, somando assim a sua potência inicial. Se, além disso, por coincidência a distância entre as duas paredes for igual ou múltipla do comprimento de onda do som original, dá-se um fenómeno peculiar: a energia da onda reflectida soma-se à energia dos seus reflexos anteriores e o som reflectido, em vez de ir esmorecendo, como é normal, vai aumentando. Assim se explica que os bons sistemas de isolamento com vidro duplo (por exemplo nos estúdios de som) nunca tenham dois vidros paralelos, pois isso poderia criar ondas estacionárias.
Uma onda estacionária (preta) como sobreposição de duas outras ondas. Os pontos vermelhos representam os nós estacionários. As ondas que geram a onda estacionária são mostradas em azul e vermelho. Repare-se que a intensidade da onda estacionária (medida no eixo vertical do gráfico) corresponde ao somatório das duas ondas originais. (Imagem de Lucas Vieira, Domínio público)
O estudo das ondas estacionárias é muito importante na construção de auditórios, de forma a impedir que certas frequências decaiam rapidamente, enquanto outras são potenciadas pela própria sala, devido à formação de ondas estacionárias.
Estética musical
Embora as ocorrências do efeito de Larsen sejam frequentemente acidentais, muitos músicos usam-no de forma intencional para criarem efeitos estéticos. (Consultar na Wikipedia uma lista de autores e obras que recorrem deliberadamente ao feedback .)
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