Pré-eco ou contaminação magnética
Na classificação de Augoyard com o nome de «Empreinte ou Pré-écho», este efeito pertence à categoria dos efeitos de composição e é assim definido:
Efeito eletromagnético que caracteriza a reprodução, durante o armazenamento, de um sinal muito dinâmico nas espiras vizinhas de uma fita magnética enrolada sobre si mesma. A escuta das espiras sobrepostas que precedem o sinal original cria um eco antecipado (…) 1
— Augoyard, À lécoute de l'environnement, 1995, p. 56
As bobinas de fita magnética utilizadas nos sistemas analógicos de gravação são guardadas enroladas e por vezes permanecem na prateleira durante longos períodos, sem uso. Quando assim acontece, é frequente que alguns sinais magnéticos presentes numa das espiras acabem por «contaminar» as espiras vizinhas. Resultado: ouvimos antecipadamente uma versão embotada do momento seguinte da gravação. Esta espécie de pré-eco é de origem exclusivamente electroacústica, não tem equivalente na natureza.
É claro que este fenómeno, «inventado» pelos instrumentos electromagéticos, gerou novas ideias na cabeça dos autores de sequências sonoras e pode não só ser imitado por meios digitais, mas também desenvolvido sob formas formas criativas. Sem dúvida o pré-eco tende a causar um efeito de estranheza, uma vez que o eco natural nunca se antecipa ao som original.
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