Choro e trémulo electroacústico
Sinónimos [en]: wow, flutter. Conjunto de efeitos electroacústicos que afectam a dinâmica sonora.
O choro, embora possa ser artificialmente simulado, resulta geralmente do malfuncionamento dos leitores de registos áudio ou de defeitos dos suportes áudio analógicos. Em qualquer dos casos provoca uma variação/distorção da intensidade ou da frequência (tom) do som durante o processo de leitura. Pode ter origens diversas:
- um disco de vinil mal impresso cujas estrias não estão perfeitamente centradas, donde resulta que a velocidade de leitura da estria, em diferentes quadrantes do disco, é variável – daí a adulteração das frequências do som gravado;
- o aparelho leitor, que é analógico e tem muitas partes mecânicas, pode estar sujo ou desgastado e com isso variar a velocidade das peças rotativas, provocando variações na velocidade de leitura – e portanto na reprodução das frequências gravadas;
- as cabeças de leitura e os cabrestantes de um leitor de fita magnética podem estar desgastadas ou desalinhadas;
- a fita magnética, que tem alguma elasticidade, pode ter pasmado nalguns troços;
- etc.
Conforme a variação de intensidade e frequência seja mais ou menos rápida, o som emitido pelo aparelho fará lembrar o trémulo musical (no caso de variações curtas) ou o choro (no caso de variações longas e instáveis).
Não conheço estudos ou inquéritos de campo que revelem os efeitos perceptivos ou semânticos do choro electroacústico. No entanto, não me parece arriscado especular que tenda a provocar um efeito mnemónico e despoletar conotações do tipo vintage.
Outros recursos instrumentais de tipo dinâmico:
- Acelerando e retardando
- Compressão, expansão e limitação
- Crescendo, diminuendo, fading, vaga
- Staccato
- Trémolo e vibrato
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