Metamorfose

Os modernos instrumentos electromagnéticos e digitais permitem tratar um som de forma a metamorfoseá-lo noutro som. Um dos exemplos tecnológicos mais antigos de metamorfose é o voice coder, abundantemente usado nas obras de Laurie Anderson. Este instrumento usa uma bateria de filtros para metamorfosear os sons – pode, para citar um exemplo «clássico», pôr um violoncelo a falar; ou se preferem, pode emprestar à voz humana as características de um violoncelo. Embora, do ponto de vista instrumental, o voice coding pudesse ser considerado uma variante da filtragem, o resultado final aproxima-se muito mais da imitação.

O desenvolvimento muito recente de novos instrumentos digitais permite fazer algo semelhante ao voice coding, recorrendo não só às tradicionais técnicas de filtragem, mas também à inteligência artificial. Este novo tipo de metamorfose chama-se em inglês morphing (à semelhança do morphing de imagem, que transforma uma figura noutra diferente), encontrando-se ainda em desenvolvimento, com consequências e possibilidades imprevisíveis.